sexta-feira, 2 de maio de 2014

STF manda Genoino para a Papuda e Collor Ficha Limpa para a campanha eleitoral --- Cristovam Buarque no Facebook: "Nossos heróis são os professores e não os jogadores" [de futebol] (244 mil compartilhamentos) --- Joaquim Barbosa, o ministro da toga esvoaçante

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Prisão de Genoino gera manifestações de revolta contra Joaquim Barbosa

2/5/2014 13:55
Por Redação - de Brasília
José Genoino é alvo de ataques da mídia conservadora
José Genoino é alvo de ataques da mídia conservadora
Preso em uma cela do Complexo Penitenciário da Papuda desde a tarde do Dia dos Trabalhadores, o ex-deputado José Genoino – que sofre de uma cardiopatia grave – tem motivado uma série de manifestações contrárias à decisão do ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e responsável pela ordem de recolhimento do então parlamentar, que cumpria pena em sua residência, na capital federal. Genoino deixou o Condomínio Quintas do Sol, no Lago Sul, por volta das 15h, acompanhado por dois agentes penitenciários, pelo advogado Claudio Alencar e por assessores.
No último dia 29, Barbosa fixou o prazo de 24 horas para que Genoino voltasse à prisão e passasse a cumprir a pena de quatro anos e oito meses em regime semiaberto, definida na Ação Penal 470, processo que a mídia conservadora passou a chamar de ‘mensalão’. Desde novembro do ano passado o ex-deputado estava em prisão domiciliar temporária. A decisão de Barbosa foi tomada após o resultado de um novo laudo, elaborado por uma junta médica do Hospital Universitário de Brasília (HUB). Os profissionais concluíram que o estado de saúde do ex-parlamentar não é grave, mas há controvérsias quanto ao laudo.
Na defesa apresentada por advogados de Genoino, antes da decisão do presidente do Supremo, o advogado Luiz Fernando Pacheco argumentou que Genoino deve cumprir prisão domiciliar definitiva. De acordo com o advogado, Genoino é portador de cardiopatia grave e não tem condições de cumprir a pena em um presídio, por ser “paciente idoso, vítima de dissecção da aorta”. Segundo Pacheco, o sistema penitenciário não tem condições de oferecer tratamento médico adequado.
Em sua página, na internet, a jornalista Lúcia Rodrigues relatou os cuidados que a família dela precisou dispensar ao pai, também cardiopata, submetido a uma cirurgia idêntica à que Genoino realizou, no ano passado.
“É incrível como Joaquim Barbosa transformou o julgamento do mensalão como a tábua de salvação, para a perpetuação de seus 15 minutos de fama. O que ele está fazendo com José Dirceu é outra aberração. Quer se goste ou não dos réus, uma coisa é certa, ninguém tem o direito de exercer um tribunal de exceção contra ninguém. Genoino deveria cumprir a pena em casa e Dirceu deveria ter o direito de trabalhar durante o dia e dormir na prisão. Isso é o regime semi-aberto. Direito que lhe está sendo negado pelo espetaculoso Joaquim Barbosa. É claro que os dois, não são os únicos réus a sofrerem injustiças. As prisões brasileiras estão abarrotadas de gente inocente ou que já pagou a pena e continua trancafiada. Como diz o Racionais: A justiça criminal é implacável”, afirmou.
O jornalista Paulo Nogueira, no site que edita: Diário do Centro do Mundo, também não poupa críticas ao presidente do STF:
Deu no Estadão em agosto de 2010, antes que Joaquim Barbosa se tornasse herói do jornal por conta de sua conduta no Mensalão. Aspas e dois pontos.
“O ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que está de licença por recomendação médica, alegando que tem um ‘problema crônico na coluna’ e, por isso, enfrenta dificuldade para despachar e estar presente aos julgamentos no plenário do STF, não tem problemas para marcar presença em festas de amigos ou se encontrar com eles em um conhecido restaurante-bar de Brasília’.
“Na tarde de sábado (ontem), a reportagem do Estado encontrou o ministro e uns amigos no bar do Mercado Municipal, um point da Asa Sul. Na noite de sexta-feira, ele esteve numa festa de aniversário, no Lago Sul, na presença de advogados e magistrados que vivem em Brasília.”
“Joaquim Barbosa está em licença médica desde 26 abril. Se cumprir todos os dias da mais nova licença, ele vai ficar 127 dias fora do STF, só neste ano. Em 2008, ficou outros 66 dias licenciado. Ano passado pegou mais um mês de licença. Advogados e colegas de tribunal reclamam que os processos estão parados no gabinete do ministro.”
“Na mesma ocasião, Reinaldo Azevedo, na Veja, publicou o seguinte.
“Seria o mínimo de consideração com a sociedade, com o erário, com os seus pares, com o Supremo, que o ministro Barbosa viesse a público dar uma explicação”, disse o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante Júnior. “Não há coerência entre a postura de não trabalhar por um problema de saúde, que é natural, qualquer pessoa pode ter, e de ter uma vida social onde isso não é demonstrado’.
“Tudo isso para mostrar o seguinte: a extraordinária liberalidade que Joaquim Barbosa sempre demonstrou em relação a si mesmo nas questões médicas se tornou o oposto quando em questão está a saúde de Genoino.
“E convenhamos: dores crônicas nas costas – devidas a excesso de peso e falta de alongamento, em geral – são infinitamente menos graves que cardiopatias.
“Quais foram os médicos que foram tão generosos com Barbosa? Algum deles foi incumbido de avaliar Genoino?
“Se eu fosse advogado de Genoino, averiguaria isso.
“Seja como for, existem duas realidades para JB. Uma, a dele próprio, plena de regalias, e não só médicas, aliás.
“JB não hesitou, por exemplo, em apanhar um avião da FAB e enchê-lo de jornalistas que iriam aplaudir uma palestra insignificante que ele daria na Costa Rica. (O Globo estava presente, naturalmente. As Organizações Globo não tinham dinheiro para pagar a viagem de sua jornalista. Pausa para rir, ou chorar.)
“Ninguém se indignou com o voo de Joaquim Barbosa, embora o de Renan tenha despertado centenas de artigos moralistas sobre o emprego do dinheiro público.
“A segunda realidade, para JB, é a dos outros. Imagine se a cardiopatia fosse dele, e não de Genoino.
“Se dores nas costas o levaram a faltar meses e meses, o que ele faria se seu coração estivesse danificado seriamente como o de Genoino?
“Este é o presidente da corte surprema. Esta é justiça segundo Joaquim Barbosa”, afirma Nogueira.
Protesto no PT
Presidente nacional do PT, Rui Falcão classificou, nesta sexta-feira, como “arbitrariedade” a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, de determinar a volta do ex-deputado José Genoino para a prisão. Ele disse ser lamentável a atitude do ministro.
“Lamentável. Decisão é mais uma arbitrariedade entre tantas que estão marcando este caso. É de conhecimento público que o deputado José Genoino passa por graves problemas de saúde, tendo recentemente sofrido uma cirurgia na aorta de alta complexidade”, afirmou, por meio de sua assessoria.
Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), Barbosa agora será responsabilizado por qualquer problema que ocorrer com Genoino dentro da prisão.
– Óbvio que uma pessoa que tem a gravidade do estado de saúde que ele tem, que passou recentemente por uma cirurgia delicada, o presídio não é lugar mais adequado. Agora, o presidente o STF passa a se responsabilizar por tudo o que acontecer com ele lá. A impressão que dá é que a preocupação é mais de vingança do que de garantir o cumprimento adequado da sentença – afirmou o senador.
O deputado Fernando Ferro (PT-PE) também condenou a decisão, dizendo tratar-se de um “zelo excessivo”.
– É uma coisa a ser reavaliada, talvez por uma nova junta médica. Ele tem um problema grave de saúde e passou por um momento delicado e está correndo um risco a partir de agora – afirmou o deputado.
Segundo a jornalista Conceição Lemes, editora do site Viomundo, a decisão de Barbosa é, no mínimo, temerária.
“Na época da ditadura, havia uns médicos que avaliavam o quanto os presos políticos poderiam aguentar mais o pau-de-arara, a cadeira do dragão, os afogamentos, os eletrochoques… Examinavam rapidamente as vítimas e davam seu “diagnóstico” para os torturadores: “podem continuar”. O laudo da junta médica da Universidade de Brasília (UnB) sobre o estado de saúde do ex-deputado federal José Genoino Neto (PT-SP), divulgado na terça-feira 29, me fez lembrar os médicos dos porões.
Genoino foi condenado a 4 anos e 8 meses em regime semiaberto na ação penal 470, o chamado mensalão. Porém, devido a sua saúde frágil e ao seu alto risco cardiovascular, pediu ao ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), para cumprir a pena em prisão domiciliar. Barbosa, respaldado pelo laudo da junta da UnB (na íntegra, no final), revogou a prisão domiciliar provisória de Genoino e mandou-o de volta ao Centro de Internamento e Reeducação (CIR) da Penitenciária da Papuda, em Brasília.
Genoino tem 67 anos – neste sábado, completa 68 – e um catálogo de doenças, atestado pela própria junta médica da UnB.
Acidente vascular
Após a cirurgia para correção da dissecção da aorta, em julho de 2013, Genoino teve um episódio de fibrilação atrial. É uma alteração no ritmo do coração que forma trombos nas cavidades do órgão. Os trombos são coágulos que vão crescendo. Acontece que os trombos se fragmentam, formando êmbolos. Esses êmbolos ganham a circulação do restante do organismo, podendo obstruir a passagem do sangue para áreas nobres.
No caso do Genoino, os êmbolos foram para o cérebro e provocaram um pequeno derrame (acidente vascular hemorrágico, AVC)“, explica o cardiologista Geniberto Paiva Campos, que foi professor de Cardiologia na UnB e cuida de Genoino em Brasília. “Por isso, ele toma o anticoagulante varfarina, anticoagulante que atua para não deixar formar trombos”. O anticoagulante “afina” o sangue, evitando o tromboembolismo. Para ter esse benefício, é indispensável que o anticoagulante atinja o seu nível ideal no sangue do paciente. Do contrário, persiste o risco de formação de êmbolos e obstrução da circulação.
“Ao fechar os olhos para o que pode eventualmente acontecer – isso faz parte, sim, da boa e ética medicina! –, a junta abriu mão também de prevenir. De tabela, deixar de salvar. Politizar a saúde, colocando em risco a vida alheia, não é missão dos médicos”, conclui Lemes.
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Facebookada











Cristovam Buarque
28 de junho de 2013

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[PressAA: Alguns dos comentários feitos em 1⁰ de maio de 2014]


Bruna Matias Professor desejo a vocês, o salário de um DEPUTADO e o prestigio de um JOGADOR de futebol.......




Bruna Peterpan verdade, nunca conseguir entender isso.


Ricardo Da Silva Flores Diz isso mas não sabe o trabalho que da para ser um jogador de futebol profissional. '-'


Raimunda Ramos Costa Ramos kkkkkkkk estudar que é bom ninguém quer.


Cleonice Costa Verdade os herois sao os professores que formam pessoas e muito nao se lembra disso


Bruna Valieri Heróis mesmo para mim, são meus pais! Eles sim lutaram, batalharam, deram o melhor deles para me criar. Portanto meus heróis são meus pais.


Isaac Werton Costa militares tbm


Millena Melo Vdd pq todo mundo precisou de um professor um dia, até mesmo o proprio professor


Leoberg Kennedy ata , professores herois? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk como se os professores ensinasse algo q presta


Deborah Sarah Araujo Os professores sao sim herois...claro,sao uns dos meus heróis... Posso me atrever a dizer,os professores são comparados aos heróis da liga da justiça,falo no sentido de não haver apenas um mas varios que unidos possuem uma força maior se assim desejarem...


Carolina Itati Marchi LLEGO A BUENOS AIRES, GENIAL FLACO Ver tradução


Ana Levy Ricardo Da Silva mesmo para ser um bom jogador é preciso primeiro deixar de ser analfabeto .


Taty França Heroi mesmo e Deus e meu pai 


Marcia Souza todos precisaram de um professor um dia.....



Evandro Valença Filho Herói de que?


Guiomar Neves Matos Araujo verdade,se tem alguém que deve ser mais valorizado é os professores,que não são,isso precisa ser mudado


Gyselle Mello erói pra mim é todo aquele que faz alguma coisa por alguém, independente da profissão ..... sem se importar se é preto ou branco, rico ou pobre , velho ou novo., o que as pessoas tem que entender ,é que nimguem é melhor que ninguém .


Rithielle Tebaldi Ai vem as pessoas "Meu herói é Deus" ou "Herói de que?",bom...por conta de tantos feriados,tanto desinteresse escolar,tanta ignorância,pessoas como eu que estão no 3° ano não terão uma boa base para passar em uma prova tão importante quanto o Enem. Mas claro,herói mesmo é o Ronaldo que diz: "Copa não se faz com hospitais".Kkkkkk claro que não meu chapa,vc está certíssimo. Para um evento desse porte eu acho que não estamos a altura pra sediar um evento tão importante desse.. Eu não estou dizendo que sou ESTUDIOSA PRA CARALHO,mas eu penso muito no meu futuro sabe,pretendo estudar com afinco,focar em cada detalhe pra não ser jogada pra trás,nem se eu quisesse Deus não iluminaria minha cabeça pra me mandar a resposta de uma prova de múltipla escolha qualquer,professores tem que ser reconhecidos sim,seja como for... Digitei demais mas era isso que eu queria falar... ^^


Hugo Ferreira Não Desmerecendo os Professores que sem Duvidas são importantíssimos mais meu Herói é Deus 


Mariza Micucci Pereira Concordo que todas as profissões devem ser valorizadas,porém os professores representam a base de tudo.


Alexandre Maioli Heróis samos nós, que todo dia acordamos pra luta pela nossa sobrevivência e buscar um futuro melhor pra nossos filhos. O povo tem que para de acreditar nesses político fdp...que quando querem sabe pedir mais, quando estão la nem olham pra trás. Mais um governo entrando e o povo fudido.


Victor Parra Depende do ponto de vista né? Pra mim, brasil não tem herói nenhum. País de merda e que sempre vai estar na merda. Sugiro a todos que saiam daqui o quanto antes!!!!


Gustavo Henrique Entretenimento da mais dinheiro do que educação e segurança. ......essa é a nossa infeliz verdade


Marlene Rodrigues Concordo nossos professores sao heroi mesmo


Patrick Tambee Isso mesmo concordo amigo!


Leandro O. Maia O meu é o homem de ferro , ja chega com ac/dc
Enquanto trabalhadores ficam criticando uns aos outros, os inimigos do povo gargalham. /// Os professores são heróis da educação formal, os jogadores são heróis dos esportes, os agricultores são heróis do campo, as donas de casa são heroínas do lar, os médicos e enfermeiros são heróis da saúde, os bons policiais são heróis da segurança pública... E tantos outros heróis do povo existem e devem aplaudidos. Devemos nos unir em torno do bem comum. Não precisamos nos digladiar entre nós com picuinhas desse tipo, acusando-se mutuamente...

99% dos jogadores profissionais são mal remunerados, existem muitos, milhares, que não ganham o suficiente para comprar material escolar para os seus filhos, menos ainda para pagar uma escola particular, mesmo a mais modesta, e a maioria persiste na profissão e tem tantas razões para protestar quanto qualquer professor. E as suas garantias trabalhistas são menos rigorosas que as dos professores, assim como não contam com sindicatos verdadeiramente atuantes. O exercício da profissão de jogador de futebol tem prazo curto. São atletas, verdadeiros heróis dos esportes. 

Só uma ínfima parte dos jogadores de futebol ganham salários estratosféricos. Por outro lado, o que podemos dizer de certos professores que, mesmo bem remunerados e trabalhando sob as melhores condições, parecem odiar o que fazem? Também podemos falar de uma minoria de professores que se tornaram milionários, gente que foi (ou ainda é) secretário de governo, governador, senador, ministro e até quem chegou à Presidência da República. Também existem aqueles que já não são professores há muitos anos, são megaempresários do ensino... Na política, vários deles usaram os sindicatos como trampolim e a boa fé de alunos e pais de alunos para trabalharem como seus cabos eleitorais... 

Existem professores e atletas que se dedicam de corpo e alma a ensinar crianças e jovens, despojados de interesses meramente pessoal, ambos extremamente dedicados à causa da educação, praticamente um sacerdócio. Ainda existem muitos nessa condição de amar o que fazem: Professores e jogadores-educadores. 

Enquanto isso, professores nas mesmas condições de jogadores mal remunerados e muito mal reconhecidos ficam reivindicando mérito exclusivo... 

Ninguém se torna melhor por rebaixar a condição do outro... O método de autovalorização que esse rapaz aí adotou está equivocado. Devemos reivindicar pelos próprios méritos, e não por supostos deméritos alheios..



Buuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!! Cada herói em sua especialidade ... os jovens não têm discernimento!!!!!

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30/04/2014 - Copyleft

Ecos de junho e as eleições de 2014

Ao que tudo indica, a disputa presidencial deste ano dar-se-á em torno do debate sobre a nova agenda do país. Os ecos de junho podem definir os vencedores.

Vinicius Wu (*)

As manifestações de Junho de 2013 abriram um novo período político no Brasil. A insatisfação com a esfera da política e a perda de legitimidade das estruturas de representação seguem visíveis, desde as conversas de bar até as pesquisas de opinião. E, ao que tudo indica, a disputa presidencial deste ano dar-se-á em torno do debate sobre a nova agenda do país. Os 'ecos de junho' podem definir os vencedores de outubro. Recomenda-se aos candidatos, desse modo, não subestimarem seus efeitos sobre o cenário eleitoral.

As mobilizações do ano passado trouxeram à tona, ao menos, duas questões centrais. De um lado, evidenciaram a desconfiança de parcela significativa da sociedade brasileira com a atual estrutura política do país e, de outro, colocaram na agenda nacional o debate sobre a qualidade dos serviços públicos, prestados por um Estado ainda bem distante de um modelo provedor de bem-estar social. 

As jornadas de junho de 2013, portanto, evidenciaram alguns dos limites da experiência dos governos de esquerda no Brasil e de sua agenda distribucionista - bem sucedida - mas seguramente inconclusa. Os temas relacionados ao transporte nas regiões metropolitanas, bem como à melhoria dos serviços de saúde, à reforma das instituições políticas e ao aumento da transparência e da participação da cidadania nas decisões públicas são alguns dos itens que estiveram ausentes ou, ao menos, pouco desenvolvidos pelas administrações do campo popular. E a grande mídia foi hábil em aproveitar o desconforto em relação a esses temas para tentar minimizar - ou mesmo anular - as expressivas conquistas obtidas no campo da inclusão social, educacional, produtiva etc. 

O fato é que, após Junho, o legado de uma década de governos do PT foi, em grande medida, "absorvido" e naturalizado, como se as conquistas obtidas não estivessem relacionadas a opções políticas muito nítidas. E a oposição buscou e continua empenhando-se em demonstrar que a agenda social implantada pelo governo Lula já está consagrada no imaginário nacional e que, portanto, esse já não é mais um tema a polarizar a política nacional. 

Assim, o que Junho de 2013 traz de novo à cena política nacional é a abertura de um novo ciclo, no qual a apresentação de uma nova agenda - de aprofundamento da "Revolução Democrática" - torna-se o grande desafio para a esquerda dar seqüência ao processo iniciado em 2003 por Lula. O sentimento mudancista, identificado pelas sondagens dos institutos de pesquisa é consequência direta desse processo. E, apesar de todas as dificuldades enfrentadas pelo governo Dilma, o ambiente político indica que a oposição ainda não foi capaz de galvanizar o sentimento desperto pelas mobilizações do ano passado. Não há confiabilidade, tampouco consistência, na plataforma e nos nomes apresentados até aqui. A queda da popularidade de Dilma não foi acompanhada pela ascensão expressiva de seus oponentes, o que demonstra que parte expressiva do eleitorado teme perder o que conquistou nos últimos anos. Mas o jogo apenas começou, e é preciso compreender as lições de junho e extrair ações e proposições concretas. 

Ao campo popular, tanto no plano nacional, quanto nas disputas regionais, cumpre buscar os elementos constitutivos de uma nova agenda, capazes de intensificar transformações na estrutura de classes do país, além de ampliar os canais de participação da cidadania e transparência, explorando com vigor as potencialidades da cultura do compartilhamento e da colaboração em rede. 

As eleições de 2014, em grande medida, serão decididas pela capacidade dos partidos, e seus candidatos, apresentarem uma plataforma e um método de ação política capazes de dialogar com alguns dos itens mais evidentes das mobilizações de Junho, tais como a qualificação dos serviços públicos de transporte, saúde, educação e segurança e a abertura de novas possibilidades para o exercício da cidadania e do controle social sobre o Estado. Ignorar ou esquivar-se das questões suscitadas pelos protestos de 2013, subestimando a força dos "ecos" de junho sobre o imaginário nacional, é uma aposta de alto risco, que a esquerda não deveria realizar em direção às eleições de outubro.

(*) Secretário-geral do governo do Estado do Rio Grande do Sul, Coordenador do Gabinete Digital.

Blog do Emir









Nota de Joaquim Barbosa revela que ele não sabe de nada

Uma autoridade do Estado que se utiliza do cargo para conclamar o repúdio a pessoas e a opiniões mostra que não sabe o que é ser um democrata.

Antonio Lassance
Arquivo
Irritado com as declarações do ex-presidente Lula à Rádio e Televisão Portuguesa (RTP), contrárias à condução do processo do mensalão, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, soltou uma nota em defesa do processo e externando sua visão sobre o STF.


Nela, afirma que Lula tem “dificuldade em compreender o extraordinário papel reservado a um Judiciário independente em uma democracia verdadeiramente digna desse nome” e arremata dizendo que o STF é um "pilar essencial da democracia brasileira".


Barbosa avalia que a declaração de Lula "é um fato grave que merece o mais veemente repúdio", e que emite um sinal ruim ao "cidadão comum".


"Cidadão comum", como sabemos, é uma daquelas expressões orwellianas, usadas por quem acha que todos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros. Há cidadãos e "cidadãos comuns".


Na condição de "cidadão comum", creio que o fato mais grave e que merece repúdio é alguém que se diz parte de um "pilar da democracia" não admitir o direito de quem quer que seja de criticar o STF, assim como podemos hoje criticar qualquer governo e o Congresso. São todos órgãos do Estado, fundados e mantidos pelo cidadão.

(...)

Sua "lição" de estadista contra Lula mostra o quanto Barbosa se desentende com o que é ser um estadista. Nem mesmo seu cargo de presidente do Supremo; nem sua assessoria; nem sua toga esvoaçante foram capazes de encobrir seu despreparo na hora de redigir uma nota em que deva expressar uma correta definição sobre o que é e para que serve o STF.

(Para ler completo, clique AQUI)



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Ilustração: AIPC – Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA



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