domingo, 9 de fevereiro de 2014

Professor Bessa: INDIO FALOU, TÁ FALADO --- O glamour da cachopa Sara Sampaio --- O que Sochi tem em comum com a Copa 2014? --- Revista Fórum: Entrevista Moniz Bandeira

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INDIO FALOU, TÁ FALADO




A prova está no dicionário: dos 228 mil verbetes que o Houaiss apresenta em uma de suas edições, cerca de 45 mil são palavras emprestadas de línguas indígenas. Alguma dúvida de que o
conhecimento dessa herança linguística é necessário para entender o português que falamos, e até mesmo para consolidar a nossa identidade?

 “Há várias línguas faladas em português”, afirma José Saramago no documentário Língua: vidas em português. Basta olhar as variedades regionais para dar razão ao escritor. Como explicar tal diversidade? Parte dela reside no fato de que os índios que aqui moravam falavam centenas de línguas autóctones diferentes e quando começaram a usar um idioma que veio de fora – o português – nele deixaram impressas suas marcas, fruto de uma relação que a sociolinguística denomina de “línguas em contato”. Como as línguas indígenas eram diferentes em cada região, as marcas que deixaram não foram as mesmas.

No início do século XVI, o poeta Sá de Miranda lançou aos mares do futuro a nau da língua portuguesa, vinculando seu destino à expansão do comércio marítimo. Durante um par de séculos, o português passou a ser falado na Índia, na Malásia, na Pérsia, na Turquia, na África, no Japão e até na China e na Cochinchina. Tornou-se “língua franca”, isto é, um idioma usado para comunicação entre pessoas cujas línguas maternas são diferentes – como ocorre hoje com o inglês.
A língua portuguesa já veio para cá marcada por outras línguas com as quais havia convivido. Aqui, no território que é hoje o Brasil, encontrou mais de 1.300 línguas, faladas por cerca de 10 milhões de habitantes, segundo estimativas de pesquisadores da Escola de Berkeley que estudaram demografia histórica e consideram que ocorreu  no continente americano "a maior catástrofe demográfica da história da humanidade". Índios foram assassinados porque o colonizador queria ocupar suas terras e explorar sua força de trabalho.

As duas línguas gerais indígenas faladas no Grão-Pará e no Brasil – a Língua Geral Amazônica (LGA) e a Língua Geral Paulista (LGP) – nomearam conceitos, funções e utensílios novos trazidos pelos europeus com adaptações fonéticas e fonológicas: cavalo (cauarú), cruz (curusá), soldado (surára), calça ou ceroula (cerura), livro (libru ou ribru), papel (papéra), amigo ou camarada (camarára).

Os portugueses começaram a falar essas duas línguas  e também tomaram delas muitos empréstimos, hoje usados pelos brasileiros, que nem desconfiam de sua origem. Desde o século XVI, os portugueses, que tinham interesse econômico em comunicar-se com os índios, começaram a usar uma língua de base tupi que se tornou a Língua Geral. Os missionários fizeram então uma gramática, explicando como funcionava essa língua e passaram a usá-la na catequese. Traduziram para ela orações, hinos e até peças de teatro. Essa e outras línguas legaram uma herança ao português.

De origem tupi é a palavra carioca, nome de um rio que, segundo alguns especialistas, significa “morada(oca)do acari”, um peixe que cava buracos na lama e ali mora como se fosse um anfíbio. Para outros, é o nome de uma aldeia, a "morada dos índios carijó". Da mesma origem são os nomes de muitos lugares, como locais atuais do Rio de Janeiro que conservaram as denominações de antigas aldeias: Guanabara (baía semelhante a um rio), Niterói (baía sinuosa), Iguaçu (rio grande), Pavuna(lugar atoladiço), Irajá (cuia de mel), Icaraí(água clara) e tantos outros, como Ipanema, Sepetiba, Mangaratiba, Acari, Itaguaí.

Mas muitos topônimos indígenas adquiriram novos sentidos ou perderam seu sentido original. Os tupinambás denominaram de Itaorna uma área em Angra dos Reis, onde na década de 1970 foi construída a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, cujo  solo minado por águas pluviais provocou deslizamentos de terra das encostas da Serra do Mar. Somente em fevereiro de 1985, quando fortes chuvas destruíram o Laboratório de Radioecologia que mede a contaminação do ar na região, descobriram o que significa itaorna: “pedra podre”.

A influência das línguas indígenas nas variedades usadas no Brasil não se resume a uma listagem de palavras exóticas ou "folclóricas". Além do léxico, existem outras influências entranhadas nas camadas profundas da língua, que penetraram em seus alicerces, mexendo com seu sistema sintático, fonológico e morfológico. É o que os linguistas chamam de "substrato".

No caso da fala individual, o substrato é o conjunto de transferências adquiridas pela primeira língua, ou língua materna, depois do contato com uma segunda língua. Do ponto de vista coletivo, o substrato é o conjunto de vestígios que uma língua, quase sempre extinta, deixa sobre outra língua, em geral a de um povo invasor. É a influência da língua perdida sobre a língua imposta, que só se estabiliza após diversas gerações. Exemplos disto são alguns processos de modalização do nome, característicos do tupi, que deixaram suas marcas no português não pela via do empréstimo cristalizado, mas pelo próprio mecanismo. Tanto na palavra netarana, usada no Pará, quanto em outras do português regional, como sagarana, canarana, cajarana, tatarana, há o uso do sufixo tupi rana (“como se fosse”).

Essas influências ainda não foram completamente inventariadas, embora algumas tenham sido identificadas. O indigenista Telêmaco Borba recolheu, em 1878, dados sobre a língua oti, que era então falada no sertão de Botucatu (SP). Descobriu que aquela língua, do tronco Jê, possui sons que os grupos de língua tupi não tem, como o r retroflexo. E seus falantes levaram esse traço para o português quando adquiriram a nova língua. Ele ali permanece até hoje no r paulista, conhecido como r caipira. A atriz Vera Holtz sabe disso.

No interior do Amazonas, no rio Madeira, há o processo de “alçamento” e "abaixamento" de vogais, "Alçamento" é o fechamento vocálico, visível em casos como “popa da canoa”, que se pronuncia pupa da canua, o que também é atribuído ao substrato de língua indígena.

Nem sempre tais mudanças, consagradas pelo uso, foram aceitas pelos puristas da língua. Da mesma forma que o Império Romano considerou como “línguas estropiadas” as variedades do latim faladas na Península Ibérica (que deram origem ao português, ao espanhol, ao catalão, ao galego, ao mirandês), assim também os portugueses consideraram a variedade aqui falada como “língua mutilada”.

No Sermão do Ano Bom, em 1642, o jesuíta Antonio Vieira, que viveu no Grão Pará, afirmou que “A língua portuguesa (...) tem avesso e direito; o direito é como nós a falamos, e o avesso como a falam os naturais”. Classificou as variedades locais do português de "meias línguas, porque eram meio políticas [civilizadas] e meio bárbaras: meias línguas, porque eram meio portuguesas e meio de todas as outras nações que as pronunciavam, ou mastigavam a seu modo”.

Uma resposta a Vieira está na letra da canção “Língua”, de Caetano Veloso: “Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões / (…) E deixe os Portugais morrerem à míngua / 'Minha pátria é minha língua'/ Fala Mangueira! Fala! / Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó/ O que quer / O que pode esta língua?/ (…) Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas”.

As línguas indígenas permanecem no substrato do português e guardam informações e saberes, funcionando como uma espécie de arquivo. Conhecer a contribuição efetiva que legaram à língua portuguesa é entender como viviam os povos que as falavam e se apropriar dessa experiência milenar.

P.S. - Solidariedade irrestrita aos familiares e amigos das três pessoas assassinadas em dezembro de 2013, cujos corpos foram encontrados na área indígena Tenharim no sul do Amazonas. No entanto, não podemos permitir que sentimentos tão profundos como a dor, o luto e a tristeza pela perda de entes queridos sejam manipulados para destilar ódio, preconceito racial e violência boçal contra os índios, como pretendem alguns discursos que circulam nas redes sociais.

Esse tipo de discurso tem alimentado o genocídio que em cinco séculos trucidou centenas de milhares de índios. Nossa solidariedade às três pessoas assassinadas só adquire legitimidade se ela se estende à tragédia vivida pelos povos indígenas da Amazônia. Entendendo que uma forma de combater o preconceito é conhecer o outro, apresentamos aqui versão do artigo que publicamos na Revista de História da Biblioteca Nacional (n° 100, jan. 2014).

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José Ribamar Bessa FreireDoutor em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2003). É professor da Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-Rio), onde orienta pesquisas de mestrado e doutorado, e professor da UERJ, onde coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas da Faculdade de Educação. Ministra cursos de formação de professores indígenas em diferentes regiões do Brasil, assessorando a produção de material didático. Assina coluna no Diário do Amazonas  e mantém o blog Taqui Pra Ti . Colabora com esta nossa Agência Assaz 
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Moda Nova estrela de glamour a portuguesa Sara Sampaio


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No blog da redecastorphoto...


\o/\o/\o/ Jornalismo “indispensável” \o/\o/\o/ 
(para de-to-nar Putin, o “perigo vermelho”)

7/2/2014, Da Russophile (Moscou)
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
(clique nas imagens para aumentar)

Entreouvido no Quiosque da Buzanfa na Vila Vudu: Leiam aí e me digam: não é tudo IGUALZINHO ao que faz no Brasil o “jornalismo” canalha da imprensa-empresa privada do Grupo GAFE (Globo-Abril-FSP-Estadão), e também contra a Copa do Mundo no Brasil?! (Mas... ATENÇÃO: O PT não ter ainda, depois de DEZ ANOS no poder federal, NENHUM PENSAMENTO-AÇÃO APROVEITÁVEL CONTRA A IMPRENSA-EMPRESA PRIVADA NO BRASIL e que não tenhamos construído veículos e discursos CONTRA essa canalha “jornalística” ativa no Brasil há séculos ... isso... isso... ISSO, SIM, É PROBLEMA! Pêqêmêpê! Até quando?!)

Iceberg Skating Palace

Bolshoy Ice Dome

Adler Arena
Quase todos os jornalistas ocidentais estão empenhadíssimos em desqualificar os feitos dos russos e em ampliar os fracassos dos russos, desde o dia em que Putin foi eleito e pôs o ‘jornalismo’ ocidental em modo-síndrome de piração coletiva. Putin os aterroriza!\o/\o/\o/ Putin os atormenta até em seus pesadelos, como confessou recentemente Shaun Walter, do The Guardian. \o/\o/\o/ Assim sendo, não surpreende a detonação preventiva dirigida contra os Jogos Olímpicos de Sochi.

Mas, dessa vez, o que mais chama a atenção é a baixa qualidade do trabalho: é horrível, o trabalho do pessoal “jornalístico” que os russos chamam, com sarcasmo, de “jornalistas democráticos” que trabalham na Rússia [“horrível”, só porque os russos nunca viram o servicinho que fazem por aqui, no Brasil, os tais “jornalistas democráticos”! E os “jornalistas éticos”, entaum?! Tesconjuro!].

O primeiro ataque tinha a ver com uma suposta corrupção em tudo que tivesse a ver com os Jogos Olímpicos de Sochi. Em 2010, a edição russa da revista Esquire estimava que os  48 km de estradas em torno de Sochi teriam consumido nada menos que $8 bilhões de dinheiro dos contribuintes, soma suficiente para pavimentar todas as estradas com caviar beluga de primeira! [A jornalista] Julia Ioffe encarregou-se de transmitir esses cálculos ginasianos para toda a anglosfera [de onde o Grupo GAFE – Globo-Abril-FSP-Estadão – COPIA TUUUDO]. Problema? Esses doidos “de jornal & televisão” cuidadosamente omitiram que a tal estrada incluía 50 pontes e 27 km de túneis em terreno de montanha… o que converte o custo, de estratosférico, para perfeitamente razoável. Mas... o que foi planejado para ser metáfora da corrupção de Sochi acabou por aparecer como metáfora do mais desatinado e infundado ataque contra Sochi.

Adler Railway Station
(parte dos "infames" US $8 bilhões da"estrada")

Foguete Soyuz (comunicações)

Gorki Gorod parte do Krasnaya Polyana (hotéis e comércio)

Os jornais e televisões de todo o mundo não se cansam de comparações com os $8 bilhões gastos durante os Jogos Olímpicos de 2010 no Canadá. Convenientemente, ninguém “noticia” que Whistler já era resort de ski de fama mundial, enquanto, em Sochi, toda a infraestrutura teve de ser construída do zero e em prazo relativamente curto.

Os custos reais relacionados aos Jogos Olímpicos de Sochi chegam a US$ 7 bilhões, dos quais a metade saiu do orçamento do estado. Não implica que ninguém tenha roubado – claro que houve roubo, porque a corrupção é problema real na Rússia, e é especialmente endêmico na indústria da construção [como em todo o planeta e também nos EUA e particularmante no Estado de São Paulo, Brasil].

Navalny criou um website inteiro sobre isso e coordenou campanha contra Sochi com Buzzfeed e o New York Times – que o jornal O Estado de S.Paulo, Brasil, COPIOU integral e imediatamente.

Mas o que mais chama a atenção é que, diferente dos níveis faraônicos de assalto aos cofres públicos que se deveriam esperar pelo tom apocalíptico-moralista das matérias “jornalísticas”, na maioria dos casos os gastos equivalem a algo entre 50%-100% dos custos “comparáveis” de projetos ocidentais (e selecionados só os casos mais notáveis já conhecidos). 

Não que seja “bom”, é claro. Mas absolutamente não é caso jamais visto na experiência ocidental. Em todos os casos, houve alguns casos criminosos que se converteram em processos judiciais, o que implica que a impunidade não é garantida. (A “vítima” mais famosa, Akhmed Bilalov, fugiu do país reclamando que havia sido envenenado – exatamente o que se poderia esperar dos barões-ladrões do fim da ex-União Soviética).

Hospedarias

Rampa para salto de esqui

Paisagem

A maior parte dos $50 bilhões investidos em  Sochi – cerca de 80%, aproximadamente – foram aplicados em projetos de infraestrutura para fazer de Sochi uma estação de ski padrão mundial que garantirá empregos para as agitadas populações do norte do Cáucaso, e como início de uma cultura de esportes de inverno na Rússia, que tente, pelo menos, fixar por aqui uma parte das patrióticas elites russas que passam o inverno em Courchevel.  

O segundo principal alvo de ataques é a “perseguição”, na Rússia, aos gays. Tem a ver, presumivelmente, com as novas leis russas que proíbem, para crianças, propaganda de práticas homossexuais – e nem faz qualquer diferença que até 2003 tenha havido leis semelhantes, por exemplo, na Grã-Bretanha (“Section 28”) e que a sodomia ainda fosse considerada crime em vários estados dos EUA, com certeza, até o mesmo ano.

Lembro essas coisas menos porque sejam importantes em si, mas para mostrar que os padrões morais que o “ocidente” considera tão essencial e fundamentalmente importantes só foram alcançados (ou abandonados?) na última década. Além do mais, grande parte do mundo rejeita muito mais furiosamente muitas dessas posições, que a Rússia. Por tudo isso, a campanha nessa direção acaba ganhando ares de tão absurda, arrogante presunção, que não há quem não suspeite de que, sim, há motivo bem sórdido, por trás dela. E quem pressuponha a “correção” e a “moralidade” ocidentais como parâmetro a seguir, que se informe, para começar, sobre Snowden e sobre a Síria.

Em terceiro lugar, e de longe a mais repulsiva, há a trolagem ocidental sobre “o terrorismo” em Sochi. Depois de vários ataques terroristas muito bem-sucedidos na Rússia, não faltaram “especialistas” para proclamar que ali estariam exemplos de que “a autocracia de Putin não está funcionando para os russos comuns” (Kathryn Stoner-Weiss); que os russos “não podem confiar na proteção de seu governo (David Satter), etc.. Por extensão, o Comitê Olímpico Internacional é selvagemente irresponsável por “por em perigo a segurança do público e dos atletas”, admitindo que se realizem jogos olímpicos na Rússia (Sally Jenkins).

Aleksei A. Navalny, o Detrator
(No Brasil há muitos, além da imprensa-empresa, é claro, 
vide Black Bloc, naovaitercopa e Banco Itaú p. ex.)

De fato, segundo o maior banco de dados sobre terrorismo no mundo, o número de mortos em ataques terroristas na Rússia caiu vertiginosamente na última década, e o movimento jihadista foi reduzido a uma sombra do que foi; hoje, explodir um ônibus num subúrbio de Volvogrado já é considerado grande façanha entre os jihadistas. Não quero desafiar a sorte e descartar completamente o risco, mas com o “anel de aço” instalado, monitoramento de todas as telecomunicações e cooperação com agências de inteligência de todo o mundo, como se vê na segurança montada para Sochi, é baixa a probabilidade de qualquer ataque terrorista.

Uma vez que os fatos não ajudaram, a “crítica” foi assumindo ares cada vez mais alucinados, distantes cada vez mais da realidade, mais ou menos como o supercomputador HAL, que se põe a balbuciar tolices infantilóides quando é desligado. Milhares de pessoas evacuadas, as casas delas destruídas e suas terras roubadas... e todos cuidam de não noticiar que cada família deslocada recebeu US $100 mil por pessoa. Parece até que Sochi foi erguida sobre os esqueletos dos Circassianos. OK. Se Sochi é um cemitério, o que dizer do continente norte-americano? Um mundo da morte?

A ideia de que Sochi seria resort subtropical inadequado” porque não tem neve... Ora bolas! Avisem lá, então, o pessoal da Bay Area da California, que esquia em Tahoe até o final de abril, e onde as temperaturas de fevereiro são significativamente superiores às da região de Sochi. Seja como for, as condições estão excelentes, agora, em Sochi, para esportes de inverno.

O recorde de fundo do poço foi atingido por Steve Rosenberg, da BBC, que fotografou duas privadas sanitárias lado a lado, e distribuiu sua peça para toda a imprensa-empresa privada (epa!) da anglosfera; o New York Times adorou e repetiu. (E no Brasil, o Grupo GAFE [Globo-Abril-FSP-Estadão], que vive de macaquear o subjornalismo universal, não perderia essa chance de fazer papel ridículo: a des-notícia das “privadas” ganhou manchete na revista Exame, da Editora Abril).

Foto das privadas de Steve Rosemberg (BBC)

Problema, só, que a foto foi tomada durante as construções. Mas, ora... por que negar a jornalistas de esgoto, a oportunidade de, de fato, se autofotografarem, pensando que fotografavam algum “fato”?!

Nada disso é para dizer que os Jogos Olímpicos de Sochi são algum monumento às virtudes do esporte e à fraternidade universal. Não são. Nada é. Desde a origem, na sábia Grécia, a questão sempre foi dinheiro, competição, vitória e prestígio. Putin, ele mesmo, disse claramente que um de seus objetivos era exibir ao mundo uma nova Rússia. Não há leis que proíbam que governos ocidentais movam campanha “de mídia” contra Sochi, que se recusem a enviar presidentes para as cerimônias de abertura – são atitudes mesquinhas, medíocres, que falam mais mal dos próprios autores, que de qualquer outro assunto. Que não apareçam. Não farão falta alguma.



Nota da redecastorphoto:
Todas as inserções feitas durante a tradução lá no Quiosque da Buzanfa estão em VERMELHO. As fotos podem ser visualizadas em tamanho maior; basta clicar sobre cada imagem.


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Para Luiz Alberto Moniz Bandeira, a espionagem é um elemento essencial na história dos EUA e a intromissão em assuntos internos dos outros países uma constante, ainda que negada 

Por Felipe Rousselet
Esta matéria faz parte da edição 127 da revista Fórum.
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A NSA “monitora não só [as comunicações] do Brasil como também da Índia, potências que formam com a Rússia e China um grupo a que os Estados Unidos não pode se submeter nem controlar. E isso Washington, seja sob o governo de George W. Bush ou de Barak Obama, não aceita. Essa é a avaliação de Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira, doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo e professor titular de História da Política Exterior do Brasil no Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB).
Bandeira, que ganhou o Troféu Juca Pato de Intelectual do Ano em 2005, por sua obraFormação do Império Americano, destaca um aspecto da espionagem que se relaciona com a política externa dos EUA o fato de o país ter aperfeiçoado vários tipos de operações de guerra psicológica e paramilitares. “Elas jamais deveriam ser atribuídas à CIA ou ao governo dos Estados Unidos, e sim a outras pessoas ou organizações.
A técnica consistia essencialmente na ‘penetration’ em buscar aliados na oposição interna e nos meios militares, cooptá-los e financiá-los, visando a influenciar, por meios encobertos, sua política doméstica e sua política exterior”, explica.
Confira a íntegra da entrevista, concedida por e-mail, clique AQUI.
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Ilustração: AIPC – Atrocious International Piracy of Cartoons

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