segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Obama se explica: "Nunca! Jamé! Never metemos a mão no forévis de ninguém!" --- Manifestantes apelaram para Iemanjá, São Pedro atendeu: Deu sol e praia no 7 de Setembro

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O mundo espera que o Congresso dos EUA, obedecendo à opinião da maioria de sua população, negue autorização para participar do ataque à Síria.

O Conversa Afiada republica, através do Viomundo, artigo de Mauro Santayana, extraído de seu blog:




Cairo, Damasco e a hipocrisia norte-americana

por Mauro Santayana, em seu blog

John Kerry anunciou esta semana, na Casa Branca, que os Estados Unidos têm “provas irrefutáveis” do uso de armas químicas pelo governo sírio. Traços de gás sarin teriam sido encontrados no sangue e nos cabelos de voluntários que participaram do resgate de civis atingidos logo após um suposto ataque do governo contra rebeldes no dia 21 de um agosto.

Já vimos esse filme. O uso de armas de destruição em massa pelo governo de Saddam Hussein também foi apresentado de forma inconteste e irrefutável pelo governo norte-americano.

Em nome dessa “certeza”, o Iraque foi bombardeado e invadido, suas defesas foram destruídas por corajosos jogadores de vídeo-game instalados a bordo de aviões e porta-aviões, sem um único combate corpo a corpo, e morreram milhares de crianças e civis iraquianos.

E até hoje nem uma única arma de destruição em massa foi encontrada – apesar de milhares de soldados norte-americanos terem também sido mortos ou feridos, tentando ocupar o território virtualmente “conquistado”, de onde os EUA já se retiraram, depois de centenas de bilhões de dólares em gastos.

Na época, o inspetor da ONU Hans Blix – que deu uma entrevista esta semana ao jornal britânico The Guardian dizendo que não há justificativa para um ataque ocidental à Síria – negou que houvesse armas de destruição em massa no Iraque e teve sua missão em Bagdá interrompida pelos bombardeios norte-americanos.

Os EUA costumam usar, sem nenhum escrúpulo, seus eventuais aliados, e depois livrar-se deles sem nenhuma consideração moral ou ética.

Foi assim, quando se aliaram a Saddam armando-o na guerra contra o Irã, para depois destruir o seu regime sob um pretexto falso, e persegui-lo até a execução de sua sentença de morte por enforcamento, no dia 30 de dezembro de 2006 em Bagdá.

Foi assim que fizeram com Osama Bin-Laden – com cuja família os Bush tinham negócios – depois de apoiá-lo na guerrilha contra os russos no Afeganistão, até cercá-lo e abatê-lo desarmado, na frente de sua família, no dia 2 de maio de 2011, em Abbotabad, no Paquistão.

E foi assim que aconteceu também com Muamar Kadhaffi, capturado de mãos nuas e espancado brutalmente até a morte, em 20 de outubro do mesmo ano, em Sirte, na Líbia, a ponto de ter seu corpo transformado em um hambúrguer diante das câmeras de seus verdugos, armados pelos mesmos países ocidentais que antes o recebiam e apoiavam.

Agora, a história se repete. Os EUA e as grandes redes de meios de comunicação do ocidente procuram desqualificar a denúncia da inspetora da ONU Carla Del Ponte, de que teria levantado evidências, na Síria, de que gás sarin estaria, na verdade, sendo usado pelos “rebeldes”, apoiados pelo Ocidente, com a intenção de culpar o governo de Bashar Al Assad pelo seu uso.

Ao invadir outros países sem provas e sem autorização das Nações Unidas, os Estados Unidos agem como os nazistas, que deram início à Segunda Guerra Mundial com uma farsa que completou há três dias exatos 74 anos.

No dia 31 de agosto de 1939 a SS nazista simulou a invasão de uma rádio de língua alemã, na cidadezinha fronteiriça de Gleiwitz, por tropas do exército polonês, para divulgar uma falsa mensagem conclamando a população da Silésia a se revoltar contra Hitler.

Para dar o máximo de verossimilhança aos fatos, os oficiais de Himmler, disfarçados de soldados poloneses, levaram com eles, também vestidos com os mesmos uniformes, 12 prisioneiros de campos de extermínio, que foram abatidos no local, ao final da operação, para que seus cadáveres servissem de prova da suposta ”invasão” polonesa. No dia seguinte, 1 de setembro de 1939, as tropas de Hitler, já agrupadas na fronteira, invadiriam a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial.

Ressabiado, talvez, pela participação – sem provas que a justificassem – da Grã Bretanha na Guerra do Iraque, o Parlamento inglês negou na última semana ao Primeiro-Ministro James Cameron autorização para participar do ataque à Síria.

O mundo espera que o Congresso dos EUA, obedecendo à opinião da maioria da população norte-americana, tome atitude semelhante. E que Obama recue, como pode acabar fazendo, de seu plano contra a Síria, estabelecido, como afirmou John Kerry, em sua entrevista na Casa Branca, para “mandar uma firme mensagem” a outros países, como a Coréia do Norte e o Irã.

Não se pode aceitar que a mesma nação que apóia e financia, com bilhões de dólares, o exército golpista egípcio – para que seus soldados massacrem a população civil nas ruas do Cairo – ataque ou bombardeie Damasco, sob pretexto de defender a liberdade. 


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(informações de rodapé e outras que talvez você não tenha visto)

Notícias abaixo também estão no Blog RodapéNews:


PAGAMENTOS DE SUBORNOS PELA SIEMENS PARA AGENTES POLÍTICOS

PUNIÇÕES DECORRENTES DA CORRUPÇÃO BANCADA PELA SIEMENS EM VÁRIOS PAÍSES PROSSEGUEM NA ALEMANHA

Deutsche Welle

No momento em que está no centro de escândalo no Brasil, multinacional alemã vê novamente um de seus ex-executivos no banco dos réus. Desta vez, por supostas irregularidades em negócios na Argentina.


EM SP, PROMOTORES E EX-EXECUTIVOS DA SIEMENS NEGOCIAM ACORDO

Folha – 09/09/2013


Os seis executivos que ajudaram a multinacional alemã Siemens a expor o cartel de empresas que atuou em licitações públicas de trens em São Paulo e Brasília estão negociando um acordo com o Ministério Público de São Paulo para colaborar com as investigações e tentar evitar punições na área criminal.

Promotores envolvidos com as investigações desconfiam que funcionários públicos receberam propina das empresas para facilitar a atuação do cartel e acham que os executivos podem contar o que sabem sobre isso se tiverem a promessa de que não sofrerão punição depois.

A legislação brasileira permite a negociação de acordos de delação premiada para incentivar criminosos a colaborar com investigações em troca de redução ou extinção de penas. Os acordos entre promotores e investigados precisam receber o aval da Justiça

INTERNACIONAL

NOBEL DA PAZ VIRA POLICIAL DO MUNDO E QUER GUERRA


IstoÉ


Foi a partir da ilha de Ascensão, a 2,5 mil quilômetros do Recife, que agentes de Barack Obama conseguiram bisbilhotar conversas telefônicas e trocas de e-mails da presidenta Dilma Rousseff

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Dilma deixa Rússia com destino ao Ceará, onde inaugura estádio da Copa


15 DE DEZEMBRO DE 2012
A presidente Dilma Rousseff embarcou da cidade de Moscou, na Rússia, por volta de meio-dia deste sábado (15) com destino a Fortaleza, no Ceará, informou a assessoria da Presidência da República.
Dilma deve chegar à capital cearense no começo da madrugada deste domingo (16), quando vai inaugurar o primeiro estádio a ficar pronto para a Copa do Mundo de 2014, o Castelão.

Dilma passa por tropas antes de embarcar para o Brasil (Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência)

(Para ler completo, clique no título)

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Nome da empresa aparece em apresentação ultrassecreta feita pela NSA para treinar novos agentes a acessar e espionar redes privadas.

 

Arquivo / AE
P-36
Depois de duas explosões, P-36 ficou inclinada e tombou. Petrobras tentou salvar a unidade, mas ela afundou
Depois da presidente Dilma Rousseff, agora é a Petrobras que foi alvo da espionagem americana. A denúncia foi feita neste domingo (09) pelo Fantástico a partir de documentos ultrassecretos entregues pelo ex-analista da Agência de Segurança Nacional Americana Edward Snowden.
Leia na reportagem de Sônia Bridi e Glenn Greenwald.
É uma apresentação ultrassecreta, feita pela NSA em maio do ano passado, para treinar novos agentes no passo a passo para acessar e espionar redes privadas de computador, as redes internas de empresas, governos, e instituições financeiras, redes que existem justamente para proteger informações.
O nome da Petrobras, a maior empresa do Brasil, aparece logo no início, sob o título: "muitos alvos usam redes privadas". Além da Petrobras, aparecem listados como alvos:
- A infraestrutura do Google, o provedor de e-mails e serviços de internet. A empresa, que já foi apontada como colaboradora da NSA, aqui aparece como vítima da agência.
- A diplomacia francesa - com o acesso à rede privada do Ministério das Relações Exteriores da França.
- E a rede do Swift, a cooperativa que reúne mais de dez mil bancos de 212 países e regula as transações financeiras internacionais por telecomunicações. Qualquer remessa de recursos entre bancos que ultrapassa fronteiras nacionais passa pelo Swift.
O nome da Petrobras aparece em vários slides, à medida em que o treinamento vai avançando na explicação de como é feito o monitoramento de dados das empresas e instituições-alvo.
(Para ler reportagem completa, clique no título)

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AA: Reportagem do Jornal Nacional sobre essa questão consultou vários especialistas em espionagem, economia e crise financeira. Um deles falou que informações sigilosas sobre o leilão do campo de Libra, roubadas via internet, poderiam servir para privilegiar alguns concorrentes, ou seja, deixou subentendido que alguém pode ter "vazado" as informações a fim de favorecer empresas arrematantes; mas não deu nome aos bois, nem mesmo falou da possibilidade de que assessores do governo possam estar mancomunados com corruptores; isto foi apenas insinuado. 

Também não podemos esquecer as falcatruas do governo FHC. Por exemplo, essa o Altamiro Borges nos conta:

Desvalorização do real

De forma eleitoreira, FHC segurou a paridade entre o real e o dólar apenas para assegurar a sua reeleição em 1998, mesmo às custas da queima de bilhões de dólares das reservas do país. Comprovou-se o vazamento de informações do Banco Central. O PT divulgou uma lista com o nome de 24 bancos que lucraram com a mudança e de outros quatro que registraram movimentação especulativa suspeita às vésperas do anúncio das medidas. Há indícios da existência de um esquema dentro do BC para a venda de informações privilegiadas sobre câmbio e juros a determinados bancos ligados à turma de FHC. No bojo da desvalorização cambial, surgiu o escandaloso caso dos bancos Marka e FonteCindam, “graciosamente” socorridos pelo Banco Central com 1,6 bilhão de reais. Houve favorecimento descarado, com empréstimos em dólar a preços mais baixos do que os praticados pelo mercado.

Leia mais clicando AQUI

Leia também...


Empresa dos EUA sugere que Lula recebeu propina e ataca Marinha brasileira: "é uma merda!"

A informação é de um relatório divulgado pelo Wikileaks. Revoltados com a provável escolha brasileira pelo caça Rafale, a empresa de espionagem dos EUA lança a ideia de que Lula pode ter recebido propinas para dar preferência aos franceses

AA: Nos comentários alguém postou e vale (re)ler:

Fernando Soares Campos – Quando a verdade serve para se introduzir uma mentira »         QTMD? Quem Tem Medo da Democracia?POSTADO EM 26/AUG/2012 ÀS 16:23
[...] mandaram pro WikiLeaks outra peça virulenta. Dessa vez com absurdas acusações contra Lula: Empresa dos EUA sugere que Lula recebeu propina e ataca Marinha brasileira: “é uma merda!” A informação é de um relatório divulgado pelo Wikileaks. Revoltados com a provável escolha [...]
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Merval Pereira e colegas chantagistas pressionam o STF a fim de ver Dirceu, Genoíno e João Paulo em cana; mas metem a viola no saco quando se trata dos crimes de seus donos.



8 DE SETEMBRO DE 2013
Paulo Moreira Leite                                 Merval Pereira
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Análise ferina do jornalista Paulo Moreira Leite revela como era frágil o argumento de colunistas como Merval Pereira, do Globo, que defendiam que o Supremo Tribunal Federal desse uma resposta à sociedade antes do desfile de 7 de setembro – havia até quem previsse que a estátua da Justiça seria depredada por uma multidão enfurecida. "Interessados num eventual proveito político do julgamento, tentam chantagear as instituições da democracia, sem importar-se, sequer, com outros prejuízos de natureza cultural que o estimulo à baderna possa produzir", diz Moreira Leite; plano de Merval e do Globo, de usar o 7/9 como argumento para acelerar prisões, não funcionou.
247 - Ao contrário das apostas alarmistas de colunistas como Merval Pereira, do Globo, que defendiam que o Supremo Tribunal Federal desse uma resposta às ruas, prendendo réus antes mesmo do fim dos recursos, para que multidões enfurecidas não quebrassem tudo no 7 de setembro, nada disso aconteceu. Muito pelo contrário. A tentativa de parte da imprensa de usar possíveis protestos para chantagear as instituições fracassou. E o jornalista Paulo Moreira Leite escreveu uma análise impecável a respeito. Leia abaixo:
Crocodilos derrotados
Nossos cronistas que tentam impedir que os condenados da Ação Penal 470 tenham direito a uma revisão adequada de suas penas e mesmo uma segunda jurisprudência perderam um argumento depois de ontem.
Numa postura autoritária, que confundia seus desejos com a realidade, falavam do monstro, do ronco, do demônio das ruas para justificar a prisão imediata dos condenados.
(Para ler reportagem completa, clique no título)
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Na madrugada de 7 de Setembro, em vigília ecumênica, cariocas pedem a Iemanjá que interceda junto a São Pedro, a fim de que ele promova um feriado com sol e praia...

Leonardo Barros 
Publicado: 7/09/13 

ONG faz vigília em protesto na Praia de Copacabana Foto: Marcos Tristão / Agência O Globo
ONG faz vigília em protesto na Praia de CopacabanaMARCOS TRISTÃO / AGÊNCIA O GLOBO

RIO - A madrugada do Dia da Independência começou com uma vigília cívica realizada pela ONG Rio de Paz na Praia de Copacabana, Zona Sul da cidade. Um grupo de cerca de 30 pessoas permaneceu no local até o amanhecer segurando velas e debatendo assuntos relacionado a melhorias em várias áreas públicas, principalmente saúdeeducação e segurança.
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Comprovado: Deus é brasileiro e ouviu as nossas preces!
Celebridades comemoram o 7 de Setembro nas praias do balneário "rural"


Veja Fernanda Lima jogando vôlei com Rodrigo Hilbert em praia no Rio


07 de Setembro de 2013

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A atriz Fernanda Lima aproveitou a tarde deste sábado (7) para jogar vôlei com o marido, Rodrigo Hilbert, na praia do Leblon, zona sul do Rio de Janeiro
Foto: Wallace Barbosa / AgNews





























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Os loucos, os normais e o Estado


ELIANE BRUM - 03/06/2013 


Antônio Gomes da Silva soltou a voz ao empolgar-se com a Banda da Polícia Militar.  Ao seu lado, o funcionário levou um susto:
– Por que você nunca disse que falava?
E Antônio:
– Uai, mas ninguém nunca perguntou.
Ele tinha passado 21 anos como mudo na instituição batizada de“Colônia”, considerada o maior hospício do Brasil, no pequeno município mineiro de Barbacena. Em 21 anos, nenhum médico ou funcionário tinha lhe perguntado nada. Aos 68 anos, Antônio ainda não sabe por que passou 34 anos da vida num hospício, para onde foi despachado por um delegado de polícia. “Cada um diz uma coisa”, conta. Ao deixar o cárcere para morar numa residência terapêutica, em 2003, Antônio se abismou de que era possível acender e apagar a luz, um poder que não sabia que alguém poderia ter. Fora dos muros do manicômio, ele ainda sonha que está amarrado à cama, submetido a eletrochoques, e acorda suando. A quem escuta a sua voz, ele diz: “Se existe um inferno, a Colônia é esse lugar”. 
Antônio ganhou nome, identidade e história em uma série excepcional de reportagens. Publicado na Tribuna de Minas, de Juiz de Fora (MG), o trabalho venceu o prêmio Esso de 2012 e foi ampliado para virar um livro que chega às livrarias nesta semana. Na obra, a jornalista mineira Daniela Arbex ilumina o que chamou de “holocausto brasileiro”: a morte de cerca de 60 mil pessoas entre os muros da Colônia ao longo do século XX. Convidada por Daniela para fazer o prefácio de seu livro, abri uma exceção e aceitei, pela mesma razão que me move a escrever esta coluna: a importância do tema para compreender nossa época.
Em Holocausto Brasileiro (Geração Editorial), Daniela Arbex devolve aos corpos sem história, que eram os corpos dos “loucos”, uma história que fala deles, mas fala mais de nós, os ditos “normais”. Durante décadas, as pessoas eram enfiadas – em geral compulsoriamente – dentro de um vagão de trem que as descarregava na Colônia. Lá suas roupas eram arrancadas, seus cabelos raspados e, seus nomes, apagados. Nus no corpo e na identidade, a humanidade sequestrada, homens, mulheres e até mesmo crianças viravam "Ignorados de Tal".

(Foto: Luiz Alfredo/FUNDAC)
Qual é a história dos corpos sem história? Esta é a questão que Daniela se propõe a responder pelo caminho da investigação jornalística. Eram Antônio Gomes da Silva, o mudo que falava, Maria de Jesus, encarcerada porque se sentia triste, Antônio da Silva, porque era epilético. A estimativa é de que sete em cada dez pessoas internadas no hospício não tinham diagnóstico de doença mental. 
Quem eram eles, para além dos nomes apagados? Epiléticos, alcoolistas, homossexuais, prostitutas, mendigos, militantes políticos, gente que se rebelava, gente que se tornara incômoda para alguém com mais poder. Eram meninas grávidas, violentadas por seus patrões, eram esposas confinadas para que o marido pudesse morar com a amante, eram filhas de fazendeiros que perderam a virgindade antes do casamento. Eram homens e mulheres que haviam extraviado seus documentos. Alguns deles eram apenas tímidos. Cerca de 30 eram crianças. 
(...)
No hospício, [AA: tenta-se tirar] tira-se o caráter humano de uma pessoa, e ela [parece deixar] deixa de ser gente. É permitido andar nu e comer bosta, mas é proibido o protesto, qualquer que seja a sua forma”. Perdeu o emprego. 

Sônia Maria da Costa está entre os que conseguiram dar o passo para além do cárcere. Às vezes ela coloca dois vestidos para compensar a nudez de quase uma vida inteira. [AA: Leia também: “Para além das grades" – Editora PUC e Loyola Editores].
 (...)
Ao empreender uma investigação jornalística para escrever este livro, Daniela leva adiante pelo menos três trabalhos fundamentais de documentação contemporânea: as 300 fotos feitas pelo fotógrafo Luiz Alfredo, para a revista O Cruzeiro, a primeira a denunciar a Colônia, em 1961(duas fotografias deste acervo são publicadas nesta coluna); a reportagem transformada no livro Nos porões da loucura (Pasquim), do jornalista Hiram Firmino; e o documentário Em nome da razão, de Helvécio Ratton, filmado em 1979, que se tornou o símbolo da luta antimanicomial.

(...)
Se não quisermos continuar sendo cúmplices da barbárie descrita por Daniela Arbex neste livro, é preciso refletir sobre o nosso papel. É bastante óbvio perceber que fábricas de loucura como a Colônia só persistiram por um século porque podiam contar com a cumplicidade da sociedade. Mesmo quando o holocausto foi denunciado na revista de maior sucesso da época, O Cruzeiro, no início dos anos 60, passaram-se décadas até que a realidade do hospício começou – muito lentamente – a mudar. E outras gerações foram aniquiladas entre seus muros. Como é possível? É possível porque a sociedade prefere que seus indesejados sejam tirados da frente de seus olhosNão enxergar, para muitos, ainda é solução. [Grifo AA]
 
E esta é uma das razões pelas quais a tese do encarceramento sempre encontra ampla ressonância – e tem sido largamente manipulada por políticos ao longo da história do Brasil, e inclusive hoje.
(...)
Vale a pena repetir que, na Colônia, sete em cada dez não tinham diagnóstico de doença mental.
O diagnóstico, além de não representar nenhuma verdade absoluta sobre alguém, perde qualquer possível valor num lugar como o hospício descrito. Sua única utilidade seria como justificativa oficial para retirar pessoas incômodas do espaço público, aquelas cujo sofrimento não poderia existir, violando neste ato seus direitos mais básicos. Mas o fato de 70% dos internos não ter nem sequer um diagnóstico é um dado importante para perceber com que desenvoltura os manicômios serviram – e ainda servem – a um propósito não dito, mas largamente exercido pelo Estado: o de ampliar as categorias das pessoas que não devem ser escutadas, calando todos aqueles que dizem não apenas de si, mas de toda a sociedade.

(Para ler resenha completa, clique no título)

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Nº 1268 





ÚLTIMAS


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Mensagens de nossos correspondentes...

De nosso correspondente e eventual colaborador Julio Cesar Montenegro, jornalista, Fortaleza (CE):

como des tacados vinhos
temos também controle de origem
quem caminhou cantou lutou
contra a redentora
se considera(va) companheiro
 
reunindo
mais proximamente acompanhado
pasquim opinião movimento
beijo
separado
 
quem atenta
ao espetáculo do momento
olha pras estrelas
se ofuscando
ou querendo competir
 
humanos simplesmente
procuramos estrelas
na obscuridade
quando a claridade próxima
não é con corrente
 
acima dos bustos
con decorações
olhares ao alto
seria pra inteira humanidade
um grande salto

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De nosso amigo e correspondente Zé Carvalho, Maceió (AL):


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de: Ellen Louise Otis <eotis@uark.edu>:

certain sum has been donated to you contact (harry.black@rogers.com)‏‎

[Tradução online: certa quantia foi doada para você entrar em contato ( harry.black @ rogers.com )]

[Quando a gente sacar (depois do contato, claro... vamos bancar uma festa bem bacana! Desde já, todos os leitores desta nossa Agência Assaz Atroz estão convidados pro bacanal!]
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De nossa colaboradora-correspondente Urda Alice Klueger, comentando sobre...

Genial! Repassado;
Urda.

"Eu me dei conta de que cada vez que um dos meus cachorros parte, ele leva um pedaço do meu coração com ele. Cada vez que um cachorro novo entra na minha vida, ele me abençoa com um pedaço de seu coração. Se eu viver uma vida bem longa, com sorte, todas as partes do meu coração serão de cachorro, então eu me tornarei tão generoso e cheio de amor como eles."  (Autor desconhecido)
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Ilustração: AIPC – Atrocious International Piracy of Cartoons
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PressAA

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http://assazatroz.blogspot.com/
http://santanadoipanema.blogspot.com/
http://pressaa.blogspot.com/



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