quinta-feira, 20 de setembro de 2012

As "peças" que muita gente está chupando

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Fernando Soares Campos


Ricardo Noblat, o Noblá-blá-blá, blogueiro de O Globo, conta uma história inacreditável, como tantas outras que ele já contou. Mas, dessa vez, creio que o sujeito extrapolou até mesmo a orientação editorialista do jornal. Ou será que, a partir dessa maneira de fazer “jornalismo”, os editorialistas de O Globo é que vão se espelhar no Noblá-blá-blá?

Diz Noblat que, ao sair de uma festa em Brasília, ouviu alguém chamando por ele: “Canalha! Filho da puta!”

Aí reconheceu de imediato a voz do ministro do STF Dias Tóffoli e voltou para agradecer os elogios.

Acanhado diante de tanta honraria (“Quem sou eu?!”, “Não mereço tanto!”), Noblat diz que se escondeu num ponto do terraço da casa e continuou ouvindo a louvação do ministro.

Na nota publicada em seu blog, Noblat diz, inicialmente, que na saída da festa cumprimentou o ministro e, lá mais distante, no portão da casa, foi “atraído por palavrões ditos pelo ministro em voz alta, quase aos berros”, mas que voltou e ficou num ponto “onde dava para ouvir com clareza”. Ué! Mas ele não disse que ouviu inicialmente o homem falando “em voz alta, quase aos berros”? Tendo, inclusive, identificado a voz do ministro. Por que só mais perto é que poderia ouvir “com clareza”?

Noblat diz ainda que, escondido onde estava, o ministro não sabia que ele estava escutando os seus berros.

Segundo Noblat, a primeira fala do ministro “aos berros” é a seguinte: “Esse rapaz é um canalha, um filho da puta”. Nesse caso, considerando que Noblat estava saindo, diz que tinha acabado de cumprimentar o ministro e já se encontrava lá no portão, então, provavelmente, o ministro e a quem ele dirigia a palavra estavam vendo o Noblat: “Esse rapaz...” (aos berros). Ou isso ocorreu logo após o cumprimento? Quer dizer: o mais lógico seria dizer que o cumprimentou, mas, assim que lhe deu as costas, o ministro teria dito para seu suposto interlocutorEsse rapaz...” Em qualquer caso, se o ministro disse “Esse rapaz...”, então, teria Noblat ao alcance da vista de todos; assim sendo, como teria Noblat voltado sem ser visto e se escondido para continuar ouvindo o xingamento sem ser percebido?

Ah! Apareceu uma não-testemunha do caso. Foi Eduardo Pertence, filho do ministro Sepúlveda Pertence, que comentou a postagem no Blog do Noblat, dizendo:

Nome: Eduardo Pertence - 12/8/2012 - 3:36
Caro Noblat,
Aprendi a lhe respeitar e admirar desde criança, por consequência do meu pai, Sepúlveda Pertence, seu amigo e admirador.
Contudo, não posso deixar de demonstrar meu espanto com essa leviana notícia.
Estava eu, junto ao meu pai, nessa mesma festa.
Você foi recebido na mesa dele com todas as loas e elogios.
Fiquei na festa até o final, chegando a acompanhar o Min. Toffoli até o seu carro, quando ele foi embora.
Afirmo não ter presenciado nada parecido com o que você noticiou aqui.
Não vi, nem ouvi dele, nada assemelhado as loucuras aqui mencionadas.
De minha parte, testemunho que isso não houve.
De sua parte, espero que o Mensalão não esteja alterando sua noção de realidade.
Continue, fora isso, sendo o grande a admirável jornalista que sempre foi.
Com respeito, mas espanto,
Eduardo Pertence


 

Em seguida Noblat escreveu:

Resposta: Neste domingo, por volta das 11h, Eduardo Pertence me telefonou. Pediu desculpas pelo que escreveu aqui. Reconheceu que onde estava não dava para ouvir o que Toffoli disse ou não. Noblat

Enrolou mais ainda. Veja: “Reconheceu que onde estava não dava para ouvir o que Toffoli disse ou não”. Como assim? Não dava para ouvir o que foi dito ou o que não foi dito?! Como alguém poderia ouvir o que não foi dito? Ah! Acho que o Noblat quis dizer que o rapaz assumiu que, de onde estava, não poderia ter ouvido seTóffoli disse”, apenas isso. Mas dizer que “não dava para ouvir o que Tóffoli disse ou não [disse]” fica estranho! Ninguém ouve o que não foi dito.

E por que pedir desculpas se ele deixa claro: "Afirmo não ter presenciado nada parecido com o que você noticiou aqui. Não vi, nem ouvi dele, nada assemelhado as loucuras aqui mencionadas. De minha parte, testemunho que isso não houve."? É verdade, nesse caso seria a não-testemunha do que não houve, ou não "ouve". Sei lá!
Pediu desculpas pelo que escreveu ou pediu desculpas por não ter ouvido?

Ah! Pediu desculpas por ter dito: "espero que o Mensalão não esteja alterando sua noção de realidade".

Bom, o Noblat a gente tem uma ideia de a quem ele pertence. 

Leia a nota do Noblat e observe que, pelos seus relatos, dá a impressão de que o ministro estava sozinho, aos berros, gritando ensandecido. Quer dizer... no final da nota, a gente percebe que o ministro poderia estar conversando com alguém, falando do reconhecido caráter do Noblat. É quando, segundo Noblat, o ministro teria dito: “Chupa! Minha pica é doce.” Provavelmente segurando e balançando as partes baixas. Como, pelo que parece, ninguém chupou, o ministro teria sugerido “Ele que chupe minha pica”. Só assim interpretando a nota do Noblat foi que pude identificar a suposta presença de alguma testemunha.

Existem outros detalhes na fantasiosa história do Noblat, mas eu não tenho paciência para comentar. Também seria subestimar a inteligência do leitor, que certamente saberá identificar as incoerências. Eu não frequento o Blog do Noblat, leio dele o que raramente me enviam, e é sempre coisas desse tipo.



Acabo de sair de uma festa em Brasília. Na chegada e na saída cumprimentei José Antônio Dias Tóffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal.
Há pouco, quando passava pelo portão da casa para pegar meu carro e vir embora, senti-me atraído por palavrões ditos pelo ministro em voz alta, quase aos berros.
Voltei e fiquei num ponto do terraço da casa de onde dava para ouvir com clareza o que ele dizia.
Tóffoli referia-se a mim.
Reproduzo algumas coisas que ele disse (não necessariamente nessa ordem) e que guardei de memória:
- Esse rapaz é um canalha, um filho da puta.
Repetiu "filho da puta" pelo menos cinco vezes. E foi adiante:
- Ele só fala mal de mim. Quero que ele se foda. Eu me preparei muito mais do que ele para chegar a ministro do Supremo.
Acrescentou:
- Em Marília não é assim.
Foi em Marília, interior de São Paulo, que o ministro nasceu em novembro de 1967.
Por mais de cinco minutos, alternou os insultos que me dirigiu sem saber que eu o escutava:
- Filho da puta, canalha.
Depois disse:
- O Zé Dirceu escreve no blog dele. Pois outro dia, esse canalha o criticou. Não gostei de tê-lo encontrado aqui. Não gostei.
Arrematou:
- Chupa! Minha pica é doce. Ele que chupe minha pica.
 Atualização das 3h52m - Imagino - mas apenas imagino - que o ataque de fúria do ministro deve ter sido desatado por um comentário que fiz recentemente sobre a participação dele no julgamento do mensalão. Segue o comentário

(Se quiser assistir ao comentário do Noblat, clique no título desta sua postagem)

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Já tem outra história do Noblat rolando na internet, virou corrente entre pessoas aparentemente ingênuas e outras tantas de sombria má-fé.

A "peça" do Noblat que muita gente tá chupando intitula-se "A quarta cópia".

Recebi por e-mail de pessoa que costuma me enviar corrente religiosa e, às vezes, despacha uma do diabo. Acessei o Google a fim de encontrar um endereço eletrônico para dar acesso ao texto a partir deste nosso blog. Escolhi um dos 18.400 resultados (assim, que nem Skol, redondo - ? -), informado pelo site de busca, numa pesquisa feita com a frase inicial do texto aspeada: "Dá-se a prudência como característica marcante dos mineiros." Pelo visto, Noblat não é mineiro.

Cliquei em um dos resultados do Google e linquei e título. Se alguém se interessar em ler, é só clicar aí...

A quarta cópia

Mas, ao ler, não se esqueça do que o rapaz lá em cima falou: "espero que o Mensalão não esteja alterando sua noção de realidade"

Porém, ao que tudo indica, o que está mesmo tirando o sossego do Noblat é isso aí...

Toffoli julga mulher de Noblat sobre rombo de R$ 33 milhões no INCRA

Agora está explicado a obsessão do blogueiro da Globo contra o ministro Dias Toffoli, do STF.

(Clique no título e leia completo no site BRASIL! BRASIL! )

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Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA


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