sábado, 25 de agosto de 2012

Quando a verdade serve para se introduzir uma mentira

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Fernando Soares Campos



Em 2011, muita gente ficou estarrecida com esta notícia disseminada internet adentro como sendo uma tremenda revelação:



Telegramas revelam intenções de veto e ações dos EUA contra o desenvolvimento tecnológico brasileiro com interesses de diversos agentes que ocupam ou ocuparam o poder em ambos os países

Os telegramas da diplomacia dos EUA revelados pelo Wikileaks revelaram que a Casa Branca toma ações concretas para impedir, dificultar e sabotar o desenvolvimento tecnológico brasileiro em duas áreas estratégicas: energia nuclear e tecnologia espacial. Em ambos os casos, observa-se o papel anti-nacional da grande mídia brasileira, bem como escancara-se, também sem surpresa, a função desempenhada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, colhido em uma exuberante sintonia com os interesses estratégicos do Departamento de Estado dos EUA, ao tempo em que exibe problemática posição em relação à independência tecnológica brasileira. Segue o artigo do jornalista Beto Almeida.

O primeiro dos telegramas divulgados, datado de 2009, conta que o governo dos EUA pressionou autoridades ucranianas para emperrar o desenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes Cyclone-4 – de fabricação ucraniana – no Centro de Lançamentos de Alcântara , no Maranhão.

(Leia completo clicando no título)

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Sim! É sempre bom reavivar a memória dos desmemoriados, mas essa postura de FHC a gente já conhecia desde os tempos em que ele pediu aos milicos chilenos para soltar o parceiro Zé Serra do Estádio Nacional. De preferência não deixar nem que o infeliz entrasse no campo de concentração improvisado pelos golpistas que derrubaram o governo de Salvador Allende, pois Serrassuga teria sido preso por engano. Era um dos "buchas" de FHC.

Hoje, nós que fazemos a PressAA acreditamos que o “vazamento” desses tais telegramas não passou de uma espécie de “cavalo de troia” para a equipe WikiLeaks e para o processador encefálico da esquerda panfletária do Auriverde. Queriam adquirir a confiança das baratas para, em seguida, borrifar inseticida sobre as coitadas.

Dizem que a barata seria o único ser vivo capaz de sobreviver a uma hecatombe nuclear. O problema é que aqueles que pretendem estourar os miolos do Planeta querem varrer da face da Terra exatamente as cucarachas, “baratas”, em espanhol.

E não foi sem razão que, logo em seguida ao “vazamento” dos telegramas sobre o vendilhão da pátria Fernando Henrique Cardoso, o Coisa Ruim, falando o que todos nós já sabíamos, mandaram pro WikiLeaks outra peça virulenta. Dessa vez com absurdas acusações contra Lula:


A informação é de um relatório divulgado pelo Wikileaks. Revoltados com a provável escolha brasileira pelo caça Rafale, a empresa de espionagem dos EUA lança a ideia de que Lula pode ter recebido propinas para dar preferência aos franceses

No fim de fevereiro, o Wikileaks começou a publicação de e-mails da companhia de inteligência global Stratfor. Com base no Texas, a empresa tem, entre seus clientes, o Departamento de Defesa e de Segurança Interna dos Estados Unidos. Entre algumas mensagens já disponíveis para o público, a Strafor analisa as compras militares brasileiras e cita um jornal “parceiro” da companhia.

Em ruínas

Na mensagem que analisa as compras militares, o analista de geopolítica da Stratfor cita fontes no consulado norte-americano para questionar o Ministério da Defesa.

“Você está certo em se perguntar o que, em nome de Deus, Brasília está fazendo. A Marinha brasileira é uma merda. É uma piada, e eu sei porque eu falo com os militares do consulado o tempo inteiro a respeito disso. A tentativa deles de adquirir um submarino nuclear não faz sentido algum”, diz a mensagem, que também fala da compra dos caças Rafale.

“O fato de que eles querem o Rafale e o Gripen é uma piada. O F-18 é o melhor equipamento. Nós os oferecemos um excelente pacote, inclusive bastante transferência de tecnologia. (…) O Rafale, mesmo com o preço reduzido, ainda está muito caro. E o Gripen é uma merda. Se você compra o Gripen, você é uma Eslováquia”.

Para justificar a escolha brasileira pelo Rafale, a empresa aponta que Lula pode ter recebido propinas para dar preferência aos franceses.

“A compra dos submarinos é tão estúpida que deve ter alguma compensação por trás. Lula provavelmente está procurando um dinheiro para sua aposentadoria. A compra ainda veio no fim do seu mandato, assim como os caças. O nosso Departamento de Tesouro é contra oferecer propinas [PressAA: Me engana que eu não gosto, mas me enrosco!], o que não nos permite fazer grandes negócios num lugar corrupto como o Brasil”.

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Quando eu era criança, costumava fazer isso: falava a verdade sobre minha participação em certas travessuras, mas apenas o que eu não tinha como esconder, a fim de adquirir a confiança da professora; em seguida, mentia acusando o coleguinha, apontando-o como principal culpado.

Pois deve ser assim que a turma do big stick trabalha, usando ferramentas como o WikiLeaks e a presstitute: mandam verdades que todo mundo sabe há muito tempo, com o propósito de autoafirmarem-se como fontes fidedignas (de pena); aí, em seguida, introduzem (epa!) meias verdades e completas mentiras, para fundirem a nossa cuca de babaquara.

Por que esse segundo “vazamento”, essa “filtragem”, não repercutiu tanto nos meios panfletários da esquerda nem da direita cabocla? 

Por que nem mesmo o PIG autóctone, nossa presstitute, deu importância a esse segundo “vazamento” de “informações”, “filtradas” por WikiLeaks? 

Certamente porque as “informações” contidas nessa segunda “filtragem” são pra lá de absurdas. Apesar de que os sujeitos que mandaram esse traque, esse segundo “vazamento”, devem ter pensado que estavam distribuído-o em boa hora, pois isso ocorreu no início de 2012, quando o PIG começava a se preparar para envolver Lula com o julgamento do “mensalão”.

Mas é muito absurda essa “informação” filtrada por WikiLeaks, pois foi o governo Lula quem barrou o projeto entreguista de FHC em relação ao Centro de Lançamentos de Alcântara, que seria transformado em latrina dos EUA.

Nós que fazemos a PressAA não estamos afirmando que Assange é um pau-mandado ou um manipulado (“Matrixiado”, como diz Komila Nakova). Nada disso. Longe do nosso alcance está a verdadeira verdade dos fatos. Nós só estamos cafungando, a fim de entender toda essa confusão em torno do caso Assange, Rafael Correa, Inglaterra, EUA e seus pit bulls diplomáticos. Deixamos isso bem claro em “Porque mandamos em frente a entrevista como ex-agente do KGB Daniel Estulin”.

Defendemos a liberdade de Julian Assange como defendemos a nossa própria liberdade. Entretanto, nesse caso específico, defendemos com maior ênfase a inviolabilidade da Embaixada do Equador na Inglaterra.

Rafael Correa desativou uma base militar dos EUA em território equatoriano (como Lula teria que fazer se o projeto do entreguista FHC tivesse se concretizado).


Essa matéria foi publicada na Edição 438 do Jornal Inverta, em 12/08/2009

No dia 15 de julho, os Estados Unidos começaram a se retirar da base militar de Manta, situada estrategicamente no meio da costa do Equador com o Oceano Pacífico. Desde sua campanha presidencial, o presidente equatoriano Rafael Correa defendia que não renovaria o acordo, assinado com o governo estadunidense em 1999, fato este relacionado com o “acidente” de avião que matou a ministra da defesa equatoriana, Guadalupe Larriva, em janeiro de 2007, logo quando o novo governo do Movimento Alianza País assumiu. A devolução oficial da base ao Equador se dará em setembro deste ano.

Esta base, entretanto, foi fundamental para os Estados Unidos nas operações militares que coordenou na região. Criada no ano em que o controle do Canal do Panamá passou para os panamenhos, supõe-se que foi em Manta onde se montou e apoiou o bombardeio colombiano no território equatoriano em 2008 que resultou na morte de 27 pessoas, entre elas o guerrilheiro Raul Reyes. Este episódio revelou mais uma vez o caráter fascista do governo de Álvaro Uribe e foi rechaçado por praticamente todos os países da América Latina.

(Leia matéria completa clicando no título)

Mas Correa não tem poder para desativar as dezenas de bases norte-americanas que cercam os bolivarianos neste momento. Ameaçadoras!

Mário Augusto Jakokskind, jornalista, profundo conhecedor de política internacional, tratando da questão do asilo de Assange na Embaixada do Equador, diz em um dos seus últimos artigos:

"O episódio comporta outras leituras [PressAA: Nisso concordamos, e é isso que estamos tentando fazer, mil leituras], por exemplo, a escolha de Assange em pedir asilo ao governo do Equador. Ele fez uma opção política por entender que o governo equatoriano de Rafael Correa, ao contrário do que afirma a mídia de mercado, respeita as liberdades de expressão e imprensa."

E mais adiante:

"O caso Assange é um exemplo concreto da importância de se manter essas liberdades e se ele optou pelo Equador não deixa de ser também um recado segundo o qual confia nas autoridades do país sul-americano no sentido de garantir o trabalho que vem e continuará desenvolvendo com total liberdade."

Ora, Rafael Correa já tem problemas demais pra resolver! Ele, Chávez, Cristina Kirchner, entre outros, já enfrentam graves problemas criados pelo inimigo comum: o imperialismo colonialista. Não precisava de um "recado" de Assange admitindo que confia "nas autoridades" equatorianas, pois podemos até conjecturar que nem mesmo Rafael Correa confia em todas as autoridades do seu país. Como Fernando Lugo provavelmente não confiava em todas as autoridades paraguaias, até que ficou provado que talvez só pudesse confiar em meia dúzia, se muito!

Zelaya também provavelmente confiava em seus subordinados, mas não em todos, até que ficou provado que não poderia confiar em nenhum.

Foi por isso que fizemos essa charge para a nossa postagem sobre...




Quanto à revelação sobre o entreguista FHC, através dos tais documentos “vazados”, esta nossa Agência Assaz Atroz já havia publicado, em 2009, um Prosaico papiar de periodistas pauteiros da PressAA, que discutiam sobre alguns temas de interesse de nossos leitores.

Se quiser ler, ou reler, é só clicar no título abaixo:



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Ilustração: AIPC – Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA


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