quarta-feira, 29 de julho de 2009

O próximo pode ser você

.


Calendário Histórico

1794: Robespierre é executado na guilhotina



Prezados amigos

Não tivesse existido Robespierre, não existiria POLÍTICA de redenção popular no século XIX. Provavelmente Marx/Engels não teriam a bases práticas em POLÍTICA para sua obra. Robespierre foi o real início de toda a luta de classes no mundo ocidental. Cumpriu seu papel até o último dia de vida. Marcou o início do que se convencionou chamar de História Contemporânea. Mas a burguesia aprendeu TUDO na Revolução Francesa. Até se ALIAR oportunisticamente ao proletariado quando de crises agudas. Robespierre, dada a distancia no tempo, é mais atual que nunca.
Abraços
Castor
*

Comentário de ArnaldoC

Foi um homem notavel, sim, meu caro Castor, restaurador fugaz dos principios revolucionarios, embatucados pelos personalismos e carreirismos que surgiam por toda parte, inclusive no seio do Comite de Salvacao (a TV brasileira diria, hoje, "resgate", do ianque "rescue") Publica. Nao foi, entretanto, o "inicio" da luta-de-classes, jah que ninguem a encarnou ou encarna. Aliahs, entre parentesis, nunca poderei esquecer do General Geisel, diante das cameras televisivas, a dizer que "a luta-de-classes nao existe!"...Robespierre representou, isso, sim, o "Incorruptivel" que soh confiaria em seu assessor Saint-Just, verdadeira causa de sua conducao ao cadafalso. O erro do ultimo revolucionario de 1789 foi o de nao ter sabido como preservar-se no poder, como Stalin e outros, em maior ou menor grau repressivo.

Jah o Diretorio foi a balela dos "arranjos", tentativa frustrada de composicoes que logo o levaria aa desmoralizacao, nao tendo outra sahida a nao ser a do apelo bonapartista. Acochambrou a coisa com o regime dos Consulados trinitarios, ateh o unitario do jovem "Chat Botte", heroi das batalhas medio-orientais aos 30 anos de idade, embora fragorosamente derrotado na batalha naval de Abu Kir. Era a disputa pelo Oriente, reabrindo uma questao encerrada 800 anos antes com as vitorias de Saladino sobre os Cruzados europeus, da qual sairah vencedora a Gran-Bretanha, soh restando aa Franca a Indochina, os enclaves indianos, a Nova Caledonia e outras possessoes insulares no Pacifico.

Curioso que, no Ocidente europeu, foram necessarios movimentos revolucionarios, para lograrem-se pactos sociais, enquanto os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade seriam justificativas para o desencadeamento do neo-colonialismo, tal como hoje, EUA e UE aa frente, o democratismo da Democracia age como justificativa pretextual da guerra contra os islamitas, com as feridas da Palestina, do Iraque, Afeganistao e Paquistao, a sangrarem diante da indiferenca global. E querem os bempensantes, ainda aa procura de meios e modos, rasgar outras, no Iran e NE asiatico, onde ora vivo.

De Robespierre ateh agora, a essencias das coisas do mundo mudou quase nada, soh que agora os ocidentalistas deteem o poder propagandistico dos orgaos mediaticos. Num Pahis como o nosso, cujas elites titubeiam, faz quase dois seculos, a incluirem-se em nosso mestico universo sul-americano - unica forma de universalizar-nos -, propoem-se elas a "trazer o Ocidente" aas nossas paragens. Ateh nossas esquerdas porfiam nesse engajamento, no passado recente cometendo o erro de confundirem nossa luta social com metologias do sovietismo ou assemelhados, dando no que deu e dah. Como dizia o Glauber, "nem Lenin, nem Stalin, nem Mao e nem Machado do Assis!".

Robespierre tem, claro seu lugar na Historia. Prefiro cultivar suas fragilidades. Tornam-no mais hu-ma-no, algo em desaparecimento exponencial, nestes tempos de "criatividade e inovacao", vale dizer, de imbecilizacao do individuo consumidor.

Abracos do
Arnaldo C.


1794: Robespierre é executado na guilhotina

Cena da prisão de Robespierre

No dia 28 de julho de 1794, o revolucionário francês Maximilien de Robespierre foi executado na guilhotina. O motivo de sua prisão foram boatos de endurecimento da Lei do Terror. Sua morte marcou o começo da última fase da
Revolução Francesa.

"Os reis, aristocratas e tiranos, independentemente da nação a que pertençam, são escravos que se revoltam contra o soberano da Terra, isto é, a humanidade, e contra o legislador do universo, a natureza", disse uma das figuras mais importantes da Revolução Francesa, Maximilien de Robespierre, a 24 de abril de 1793.

O jovem advogado Maximilien François Marie Isidore de Robespierre (1758-1794) pretendia mudar o destino da França. Desde o início de sua carreira política, destacou-se pela firmeza e pela forma radical de defender suas idéias. Influenciado por Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), defendia um Estado voltado para o bem comum e a vontade geral, estabelecido em bases democráticas. "O indivíduo é nada; a coletividade é tudo", afirmava, lembrando o famoso Contrato Social de Rousseau.

Robespierre foi cofundador e líder do Partido Jacobino na Convenção Nacional (parlamento francês de 1792 a 1795). Seus discursos acertavam o nervo da França revolucionária. "É natural que o bom senso avance lentamente. O governo viciado encontra nos preconceitos, nos costumes e na educação dos povos um poderoso apoio. O despotismo corrompe o espírito humano a ponto de ser adorado e, à primeira vista, torna a liberdade suspeita e terrível", afirmara no discurso Contra a Guerra.

Os ideais da Revolução Francesa – liberdade, igualdade e fraternidade – compunham seu slogan predileto. Robespierre tornou-se famoso como político sério e "incorruptível". Seu objetivo era eliminar privilégios e instituições do Antigo Regime. Propagou idéias revolucionárias para a época, como o sufrágio universal, eleições diretas, educação gratuita e obrigatória e imposto progressivo segundo a renda.


"Os habitantes de todos os países são irmãos; os diferentes povos devem se apoiar mutuamente como cidadãos de um Estado. Quem oprime uma nação declara-se inimigo de todas as nações. Quem guerreia contra um povo para impedir o progresso da liberdade e apagar os direitos humanos deve ser perseguido por todos os povos. Não só como inimigo comum e, sim, como um assassino rebelde e bandido."




Proclamada a república, em 1792, Robespierre mostrou sua nova face. Não hesitou muito para selar o destino do rei, aprisionado por revolucionários. Luís 16 foi julgado, condenado e, a 21 de janeiro de 1793, decapitado na guilhotina. "O terror nada mais é do que a justiça rápida, violenta e inexorável. É, portanto, uma expressão da virtude", justificou Robespierre.

A pretexto de defender a revolução, os jacobinos instalaram um regime de terror na França em 1793-1794. Sob o comando de Robespierre, a Constituição foi suspensa e foram criados o Comitê de Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário. Esses órgãos descambaram depois para a conspiração e execução na guilhotina de membros do próprio partido jacobino, como Georges-Jacques Danton (1759-1794), confundindo inimigos e aliados.

A guilhotina funcionava sem parar. Com a ameaça de morte pairando sobre todos, deputados moderados da Convenção Nacional tramaram a prisão de Robespierre e seus colaboradores mais próximos. No dia 28 de julho de 1794, deram aos ilustres prisioneiros o mesmo destino que estes haviam dado ao rei Luís 16: a guilhotina.

Robespierre havia assumido poderes ditatoriais. Calcula-se que o terror jacobino causou dezenas de milhares de vítimas, entre elas o químico Antoine Laurent de Lavoisier (1743-1794). Em apenas 49 dias, Robespierre mandou executar 1.400 pessoas. No final, o terror engoliu os terroristas. Um ano após a morte de Robespierre, a França obteve um novo governo, comandado por cinco "diretores".

O chamado Diretório representou o fim da supremacia e do terror dos jacobinos. Em 1795, a Convenção promulgou uma nova Constituição, que, segundo seu relator, Boissy d'Anglas, centrou-se em "garantir a propriedade do rico, a existência do pobre, o usufruto do industrial e a segurança de todos".

O poder foi organizado sob a forma de uma república colegiada de notáveis, tendo o Diretório como poder executivo. No período do Diretório (1795-1799), a França mergulhou numa nova crise econômica e social, agravada por ameaças externas. Para manter seus privilégios políticos, a burguesia entregou o poder a Napoleão Bonaparte, que o exerceu com o mesmo absolutismo que havia sido derrubado pela Revolução Francesa.

Catrin Möderler/gh






.
PressAA
.

Um comentário:

Sérgio Campos disse...

Fernando, há 71 anos morria Virgulino Ferreira, o Lampião.
Para uns justiceiro, para outros, bandido sanguinário.
O fato é que Lampião, ainda jovem, viu seu pai ser morto injustamente e, por não vislumbrar nenhuma esperança na justiça da época, resolveu fazer "justiça" com as próprias mãos, e como não conseguiu encontrar os matadores de seu pai, matou toda uma família, por (segundo lhe falaram) terem sido os maiores responsáveis (mandantes) da tragédia que culminou na morte de seu genitor.
Daí pra frente muitos conhece se não toda, mas, boa parte da história de um dos homens mais caçados, em toda a história, no Brasil. Em fim, no dia 28 de julho de 1938, na localidade conhecida como Angicos-SE: Lampião, sua mulher Maria Bonita e parte de seu bando, são mortos pelas policias de Alagoas, Sergipe e Bahia.
Uma das maiores teses para seu assassinato é a de traição, pois Lampíão era um exímio conhecedor da caatinga e, mesmo nas poucas batalhas que saiu derrotado durante todos os anos de Cangaço, conseguiu deixar baixas no inimigo, algo que não aconteceu naquela manhã, nenhum “macaco” (apelido dado por Lampião aos soldados das volantes) foi ferido.